domingo, 21 de dezembro de 2008

Tanto faz.

Pensei que tanto fazia. Tanto fazia viver aquilo ou não.Eu acabara de perceber que não fazia mais sentido para mim.Talvez tivesse sido uma fase, uma maneira de desapegar de outro, sem cair no sofrimento, ou talvez tivesse sido um gostar desesperador verdadeiro que não chegou a lugar nenhum. Enfim, não tinha a menor idéia do que era, mas sabia que não queria mais. O que sentia já não me estremecia, já não me tirava do sério.Eu era simplesmente a mesma pessoa, sem nenhuma influência emocional, dominando meu coração.Venci.Pensei que estava conseguindo ficar boa na arte do equilíbrio, de saber fazer o que se acha certo e não ir contra minhas razões pelo simples querer, obedecer a impulsividade...
Me recoloquei, disse, como se dissesse para um espelho, sem medo, sem nenhum tipo de receio, e vi outro olhar, outras palavras.Sempre acreditei no poder da sinceridade, porque não há motivos para fingir o que não acontece, ser quem não se é.Disseram hoje ao jantar: "a gente precisa da confirmação do outro para ter uma opinião própria.É a partir do outro que refletimos sobre nós, é a partir da colocação alheia."Decidi que não quero ser confirmação de ninguém.Quero pessoas ao meu lado sabidas de si.Que consigam afirmar quem são e sejam próprio ídolo.Nada nem ninguém tem o poder de manipular nossos pensamentos.Não gosto, e não vou fazer a imagem de ninguém. Pessoas procuram por cada vez mais confirmações da imagem que querem passar, elas precisam, são infinitamente inseguras. Se escondem atrás de um perfil que poucos conhecem, talvez nem elas mesmas percebam, o que é provável.
Resolvi que não era mais para ser, pois ali não se chegaria a lugar nenhum.Cultivar algo sem futuro, mesmo que seja um futuro diferente, louco, não tem a menor graça.Cansa.Foi aí que caí em si e resolvi parar.