domingo, 8 de maio de 2011

A ânsia...

Ahh... a aânsiaa... palavra que por si só já produz reações desagradáveis.
Porque quando estamos diante de uma futura situação, ou até mesmo nela, não conseguimos desenvolver e viver aquilo com naturalidade? São tantas coisas que passam em nossa cabeça, tantos sim e nãos, tantos medos e angústias, tanta pressão social, que as vezes é mais fácil se encolher, não estar aberto a novas sensações e vivências porque pensamos que podemos fracassar. O medo de não ser como pensamos, de não acontecer, de não superarmos as expectativas alheias. Aquele frio na barriga, o tremor, a falta das palavras. Como enfrentar isso tudo sem deixar de viver, de aproveitar cada situação, cada momento?
Tudo se relaciona com vc a partir de como é encarado. O que te machuca, continua machucando porque vc permitiu. Você é o responsável por sentir o que não quer sentir, porque em alguma hora lá atrás isso foi avisado pra vc, e sabe quem avisou? Você mesmo, sua consciência, aquela voz que diz exatamente o que temos que fazer para não passarmos dos nossos limites. Essa, que a gente não dá a mínima, que ignoramos para poder fazer tudo a fim de agradar nosso ego, nossos desejos.
Então, se agora tem algo que te incomoda, passe a lidar com ele de forma que cada vez menos isso seja importante para vc, coloque em segundo planos aos poucos, dê importância ao que te faz bem. Tudo é passível de mudança e transformação, não aceite uma doença, um sofrimento eterno, uma decepção como sendo marca eterna e vívida. Vai ser algo que aconteceu sim, que você lembrará sim, mas não terá sentimento atrelado, será mais uma fase superada porque não é digno de ter tanta importância para que seja constantemente lembrado e te faça mal todos os dias.
É você que escolhe transformar-se. Não se abaixe perante nada, porque o controle do nosso corpo é um dom precioso que perdemos ao longo da vida, e que nos dá o poder de ser felizes.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Robôs humanos

O certo agora é bloquear. A modinha que começou há alguns anos atrás, está a todo vapor, e crescendo ferozmente, sem medo. Medo? Ninguém hoje em dia tem medo, receio, insegurança.. não, insegurança jamais. Acho que isso já virou pecado. O friozinho na barriga sumiu, a ansiedade desapareceu e a conquista, vixe, que brega...! A moral de uma sociedade individualista, que cada vez mais cultua o ser como um indivíduo que se basta, seguro de si, autoafirmativo e pouco sensível a áreas que não trazem sucesso e dinheiro, transformou, pouco a pouco, o pensamento, e, mais especificadamente, o comportamento humano.
O que quero dizer, mais claramente, é que hoje em dia não há espaço para o "lenga-lenga" do prazer de conhecer alguém, da descoberta do outro eu, daquele que te interessa saber os detalhes, as manias, as tragédias e alegrias. O que importa é .. enfim, nada. Nada importa. O objetivo é beijar, transar. Não serei hipócrita em afirmar que este objetivo sempre existiu, mas o caminho até ele mudou bastante. Hoje, ninguém quer mais se relacionar com ninguém. O amor romântico, o beijo apaixonado, a vontade de ver, aqueles sentimentos bonitos que vão aparecendo aos poucos, enquanto se está despercebido, conhecendo uma pessoa, não existem mais. e não existem, porque a gente já beija bloqueando, já beija achando que ninguém quer nada, já beija desacreditando, já beija por beijar. Máquinas de prazer, que não fazem a mínima questão de trocar outras experiências, de fazer aquilo, por mais que dure alguns minutos, especial.
Eu não sou desse mundo de robôs felizes, lindos, bem sucedidos e indiferentes a tudo, ligados no consumo e na divulgação de uma imagem distorcida.
Podem me crucificar, mas eu sou verdadeira. Não vou me esconder, me bloquear, enganar.
Cada momento é único e suas sensações também. E por nada no mundo, deixarei de viver isso.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

E quando se enfrenta o medo...

E quando se enfrenta o medo e mostra quem és, mostra do que és capaz, mostra ao mundo toda a sua magia, seu desencantar, sua literatura, sua.
Quem vai saber o quanto foi difícil para ti, dar o primeiro passo, arriscar para se tornar melhor, completo, sentir o corpo quente, as bochechas rosadas, o suor, sensações esquisitas e ao mesmo tempo, ensejantes de algo maior, de realização, que por ser curta, exige variedade e repetição.
E o prazer de encantá-los, de fazê-los rir, de ouvir um doce verso, de conhecer rostos, vozes e performances incríveis, de ver no outro si próprio, de querer juntar-se à ele.
Sei que não há maneira de explicar o que senti ao assistir um Sarau.. Na verdade, não sei explicar o que uma energia tão boa, junta em um só lugar, me fez sentir. Sei que me apaixonei pela simplicidade e humildade passadas ali. Pelo olhar sem pretensões, pelos sorrisos largos e rasgados, nada interesseiros, pela vida em si, que se resume na arte. O Poder de transformação é visível e a realização que traz às pessoas, perceptível.

Encantada e agradecida.